Medicamento via oral é o segundo disponível no mercado norte-americano para a enfermidade genética rara que compromete o cérebro
Por Agência Muitos Somos Raros
O FDA (Food and Drug Administration), agência regulatória de medicamentos dos Estados Unidos (EUA), anunciou nesta semana a aprovação da droga deutetrabenazina, comercializada pelo laboratório Teva para o tratamento da coreia, movimento involuntário associado à doença de Huntington (DH), que chega a afetar 9 em cada 10 pacientes.
A aprovação do FDA foi baseada em um estudo com 90 voluntários, que demonstrou uma melhora significativa da coreia no grupo submetido à nova droga, especialmente no que se refere às funções motora e de deglutição, em comparação com os pacientes que receberam placebo.
Segundo o fabricante, a novidade representa a primeira alternativa para atenuar o sintoma em quase dez anos. “Trazer um novo tratamento para uma necessidade não suprida é uma oportunidade inspiradora”, comentou Rob Koremans, CEO de especialidades médicas da Teva.
De acordo com a Associação Brasileira de Huntington (ABH), o Brasil tem entre 13 e 19 mil pessoas com o gene da doença, sendo que nem todos manifestaram a enfermidade. “Recebemos com muita alegria a aprovação do novo tratamento, pois trata-se de um medicamento que irá diminuir a coreia (movimentos involuntários) nas pessoas com Doença de Huntington. Já estamos torcendo para que a Teva negocie, rapidamente, junto à ANVISA, a entrada do tratamento no Brasil”, opina Vita Aguiar de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Huntington (ABH).
Além da expectativa para a chegada da nova opção terapêutica ao mercado brasileiro, Vita projeta a ampliação do acesso ao remédio no Brasil. “O segundo passo será solicitar ao Ministério da Saúde a dispensação do medicamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como também à CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS), a inclusão no rol das doenças raras,”, conclui.
Doença de Huntington (DH)
A Doença de Huntington (DH) é uma enfermidade hereditária rara, e degenerativa do cérebro, que pode afetar todas as pessoas, desde a infância até a terceira idade. Os sintomas costumam aparecer entre os 30 e 50 anos, sendo os mais comuns de ordem cognitiva, como pensamento, julgamento e memória, além de movimentos e equilíbrio emocional. Embora seja progressiva, o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo podem minimizar o avanço da doença, principalmente em relação ao impacto motor e mental. A enfermidade também é conhecida como “coreia hereditária”, originária da palavra “dança”, de origem grega, em alusão aos movimentos involuntários que estão entre os sintomas mais comuns.
Fonte: Associação Brasileira de Huntington (ABH)