O que é a Neurofibromatose
A neurofibromatose é um conjunto de doenças genéticas que afetam, mais notadamente, a pele e o sistema neurológico, mas que podem cursar com inúmeras outras apresentações. A condição se origina de mutações genéticas que resultam em sintomas imprevisíveis, mas que nem sempre são graves.
Existem três tipos mais importantes de neurofibromatoses, entre outras, denominadas Neurofibromatose Tipo 1 (NF1), Neurofibromatose Tipo 2 (NF2) e a Schwannomatose.
Causa
De transmissão autossômica recessiva, a doença é causada por falhas genéticas e em cada um de seus três tipos, um gene em específico é responsável por causar a doença.
Sinais e Sintomas
Os sintomas resultantes da neurofibromatose são extremamente variáveis e dependem, principalmente, do tipo de alteração genética envolvida. No entanto, entre os principais sintomas da doença, estão:
- Aparecimento de nódulos e tumores na pele, de tamanho variável. Esses tumores são denominados neurofibromas.
- Surgimento de manchas, cor café com leite, são formadas por pigmentos marrons. Esse sintoma costuma auxiliar no diagnóstico da doença.
- Tumores no sistema nervoso central, alterações ósseas e auditivas podem estar presentes. As manifestações tendem a iniciar na infância.
Tratamento
Não existe ainda tratamento específico comprovado para as alterações genéticas descritas. No entanto, o paciente deve ter acompanhamento médico regular. O médico especialista poderá realizar a retirada dos neurofibromas que apresentem crescimento rápido ou tratar lesões inestéticas.
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A neurofibromatose tipo 1 (NF1) ou doença de Von Recklinghausen é uma das doenças genéticas mais comuns, afetando cerca de três a quatro mil indivíduos, que causa o aparecimento de pequenos tumores, em sua maioria benignos, e manchas cor de café com leite na pele.
De transmissão autossômica recessiva, a doença é causada pelo gene NF1, localizado no braço longo do cromossomo 17. É um gene supressor tumoral, que codifica uma proteína citoplasmática: a neurofibromina.
Dentre os principais sintomas, estão: manchas café com leite na pele (em crianças as manchas precisam ter pelo menos 0,5mm e serem superior a quatro em número para serem consideradas sinais da NF, já nos adultos é preciso atingir um número de pelo menos 6 manchas de 1,5mm), dois ou mais neurofibromas cutâneos de qualquer tipo ou um neurofibroma plexiforme; dois ou mais nódulos de Lisch; redução da espessura do córtex dos ossos longos; gliomas ópticos; um familiar em primeiro grau afetado.
Não existe ainda tratamento específico comprovado para as alterações genéticas descritas. No entanto, o paciente deve ter acompanhamento médico regular. O médico especialista poderá realizar a retirada dos neurofibromas que apresentem crescimento rápido ou tratar lesões inestéticas.
A NF2 acontece em cerca de 1 em cada 20 mil pessoas e geralmente é diagnosticada a partir da segunda década da vida, mas pode apresentar sintomas desde a infância. De transmissão autossômica recessiva, a doença é causada pelo gene NF2. Para ter o diagnóstico de NF2, o paciente pode apresentar, antes dos 70 anos de idade, pelo menos uma das cinco situações:
- Tumores em ambos os nervos vestibulares (são chamados de Schwannomas)
- Um ou mais parentes de primeiro grau com NF2 e mais um schwannoma em apenas um dos nervos vestibulares.
- Um ou mais parentes de primeiro grau com NF2 e mais uma (ou mais) das situações abaixo:
Alteração ocular chamada opacidade lenticular posterior (ou catarata subcapsular juvenil).
Dois ou mais tumores de qualquer um dos seguintes tipos: schwannomas, meningiomas, gliomas, neurofibromas
Calcificações cerebrais
Se for UM schwannoma vestibular + dois schwannomas não intradérmicos, realizar o teste para afastar a mutação LZTR1.
- Dois (ou mais) meningiomas+ DOIS (ou mais) tumores de qualquer um dos seguintes tipos: schwannoma vestibular, schwannomas, meningiomas, gliomas, neurofibromas e também opacidade capsular posterior.
- Mutação patológica no gene NF2 do tipo constitucional ou em mosaico no sangue ou mutação idêntica em dois tumores distintos.
Não existe ainda tratamento específico comprovado para as alterações genéticas descritas. No entanto, o paciente deve ter acompanhamento médico regular. E, as decisões sobre o tratamento ou não de tumores nas pessoas com NF2 é complexa e requer experiência da equipe médica com a doença.
A Schwannomatose (SCH) é um tipo de neufibromatose geralmente diagnosticada a partir da terceira década da vida que atinge cerca de uma em cada 40 mil pessoas em todo o mundo.
A SCH possui duas variantes clínicas causadas por genes diferentes, mas localizados próximos um do outro no cromossomo 22: SCH 1 (gene SMARCB1) e SCH2 (gene LZTR1). A variante 2 pode apresentar schwannoma vestibular unilateral.
De transmissão autossômica recessiva, o paciente precisa apresentar um dos dois critérios clínicos ou um dos dois critérios moleculares abaixo para ser diagnosticado com Schwannomatose:
Critérios clínicos
- Pelo menos dois schwannomas em biópsias de outros locais que não a pele, mas não possui schwannomas nos nervos vestibulares (exceto na variante SCH2, quando pode haver schwannoma vestibular unilateral) na ressonância magnética.
Ou - Apresenta um schwannoma em uma biópsia de outros locais que não a pele, ou um meningioma intracraniano e também um parente de primeiro grau com SCH.
Critérios moleculares
- Presença de schwannoma em biópsia ou meningioma e também mutação (tipo germline) no gene SMARCB1.
Ou - Duas biópsias comprovando schwannomas ou meningiomas nas quais são encontradas mutações compartilhadas do gene SMARCB1 ou do gene LZTR1 diferentes das mutações da NF2.
O principal sintoma da SCH é dor forte (do tipo neuropática) e persistente em mais de um tumor (chamado schwannoma) localizado debaixo da pele ou mais profundamente, exceto nos nervos vestibulares.
O tratamento da dor e dos tumores na SCH é complexo e precisa do suporte de especialistas. E apesar da SCH ainda não ter cura, ela têm tratamentos, os quais reduzem as complicações, orientam a paternidade e maternidade, aumentam a expectativa de vida e melhoram a qualidade de vida.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia, AMANF – Associação Mineira de Apoio às Pessoas com Neurofibromatose, Compêndio de Doenças Raras